"Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Acordo de manhã, pão sem manteiga
E muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega
E eu chego a achar Herodes natural
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Aos sábados em casa tomo um porre
E sonho soluções fenomenais
Mas quando o sono vem e a noite morre
O dia conta histórias sempre iguais
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão
Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão"
(Cotidiano nº 2 , Toquinho)
E sigo meus dias sem torno de reflexões dos atropelos da minha vida.
Mulher de meia idade em crise! E sem violão. Nem tocar eu sei. Nem violão eu tenho. Também não estou optando pelos porres.
Pra ser franca, também não acho que todos estão bem e apenas eu estou mal. Felizmente já tenho passado dessa fase faz um tempo. Parei de ser picada pela questão da alta exposição às mídias sociais e acreditar nas fotos que todos mundo coloca.
Francamente, eu estou bem, dentro do que consigo fazer diariamente, há dias que mais, outros menos... Paciência.
Tomo remédio para ansiedade generalizada. Oh! Os gurus andam ganhando fortunas usando isso em suas palestras promentendo sei lá o quê, não cheguei a conclusão do tipo de solução que eles dão. Mas sempre tocam no assunto do mal do século e das patologias mentais, como depressão, ansiedade, pânico... não que eu esteja fazendo pouco desses problemas, ao contrário, eu os conheço muito bem e sei da possibilidade de paralisia que eles podem causar, chegam a falar mal de fármacos como se fossem só vilões. É notório que no Brasil, há um uso bem marcante de remédios para depressão e ansiolíticos, no entanto, é precisoeducar a classe médica, e não vilanizar completamente os fármacos e muito menos, com isso fazer com quem os tome se sinta mal por ter de fazê-lo.
A grande questão é que sempre que essas pessoas acham soluções milagrosas, tentam fazer com que as demais mortais que tomam medicamentos , pareçam fracas, sem vontade. É preciso tomar muito cuidado com isso. Fármacos são necessários em muitos casos e não devem ser ignorados. A misericórdia divina existe, mas se ele não achasse que o homem poderia nos ajudar com conhecimento da medicina, não teria dotado alguns com essa capacidade e habilidade. O poder da mente e da alimentação também têm sua importância, nada está dissociado quando se tratade saúde, todavia, não podemos achar que vai haver um caminho milagroso que de repente vai nos aliviar e todos sintomas que foram causados por uma conjução de fatores.
Nenhum problema de saúde mental vem da noite para o dia, e, ele vai se alimentando do nosso ambiente interno, de nossos pensamentos, de nossos medos, de nosso estado geral de saúde física, frente a isso, não é da noite para o dia que ele também irá embora como uma febre, merece cuidado e compreensão.
Cautela, quando alguém lhe oferece atalhos para resolução de seus problemas, podem ser mais um elemento de retardo na sua recuperação.
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